Johnson

Johnson era um cara normal. Ia para o seu trabalho e voltava para casa. Morava sozinho em um apartamento. Os vizinhos eram fofoqueiros porém bastante silenciosos. Isso não fazia diferença, uma vez que ele não fazia nada de diferente.

Mas o mundo mágico é cheio de surpresas, e um belo dia ele resolveu passar juntamente por Johnson. Que naquele momento estava prestes a fritar um ovo em sua frigideira. O fogão era baixinho, assim como ele. Devido a sua altura, os objetos não podiam ser muito grandes nem ficar muito no alto. Ele até hoje considera o pé-direito da casa grande demais. No momento que ele acendeu o fogo ele escutou uma voz feminina meio metálica.


- Você vai queimar minha bunda de novo!? Você não cansa disso!?

Ele parou, desligou o fogo, hesitou, viu que a frigideira tinha margarina sobre a sua superfície, aquilo que ele usuaria para fritar o ovo e olhou em volta na cozinha, que era basicamente um corredor, e não viu nada de diferente. Ele acendeu o fogão novamente apenas para escutar a mesma voz.

- Porra, sério mesmo!?

Johnson desligou o fogão de novo. Foi até o quarto averiguar o que estava acontecendo e deixou a frigideira lá com a manteiga derretendo em termperatura ambiente, mas ele se certificou de levar uma panela pra caso precisasse acertar alguém, ele escutou outra voz feminina metalizada mas com um timbre levemente diferente.

- Eu nunca estive aqui antes!

Johnson olhou em volta na sala, e a coisa estava cada vez mais estranha.

- Na sua mão, o zé ruela!

Johnson olhou a sua mão esquerda enquanto segura a panela com a direita.

- A outra!

Johnson trocou a panela de mão e passou a olhar para a mão direita.

- Me segura com as duas mãos, porra!

Quando ele escutou isso ele jogou a panela no sofá ao mesmo tempo que gritava - "Caralho!" - Ele foi buscar outra panela para bater na primeira. Apenas para escutar outra voz.

- O que a Sarissa tá fazendo aqui?

Foi quando ele tacou mais uma panela no sofá. Agora ele tinha uma duas panelas de alumínio sobre o sofá, e então pegou uma com cada mão.

- Sarissa? O que você está fazendo aqui?
- Sei lá. Esse maluco aí que me trouxe pra cá.
- Será que ele enlouqueceu, foi?

Johnson apenas olhava para as panelas conversando entre si, embasbacado. Ele soltou as panelas e elas pararam de falar, quando ele colocava a mão nas panelas elas falavam novamente. Ele levou as panelas que conversavam entre si de volta para o armário, desistiu de fritar o ovo e pegou uma faca que antigo que sua mãe tinha deixado de presente que ele guardava no faqueiro.

- Meu filho. O que foi!?
- Você também, fala? - Johnson perguntou a faca.
- Porra, é claro né? Ta achando que eu to de sacanagem?
- Vocês sempre falaram?
- Desde que eu me entendo por metal, sim.
- Então você...
- É. Um babaca pegou a gente e cortou pra gente ficar assim.
- Vocês sempre falaram todo esse tempo?
- Sim. Isso também.

Johnson desmaiou logo em seguida, largando a faca no chão.