quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Polêmica #46 - Arte

Bom, arte é uma coisa polêmica por si só, então eu resolvi abstrair bastante pra tentar atingir o cerne da coisa.


Por que a arte é tão polêmica?

Repare ness pintura de Edward Munch. Observe os traços. Essa pintura não tem nada tão demais assim então porque diabos ela fez tanto sucesso? Melhor. Por que essa pintura fez tanto sucesso e em contra partida isso aqui:


Não tem o mesmo impacto?

Bom obviamente não vão ter o mesmo impacto, mas se você analisar de uma perspectiva mais simplista, você vai ver que o segundo quadro é muito mais bonito e mais acadêmico que o primeiro, mas o segundo vale muito menos do que o anterior. Afinal quem é Monica Scarpat perto de Edward Munch?

Eu particularmente não sabia quem era Monica Scarpat, mas ela com certeza pinta muito bem. Obrigado Monica.

A pintura "O Grito" não tem nem uma espécie de critica política, ou qualquer outra coisa. No máximo podemos dizer que ela é um retrato mal feito de uma pessoa desesperada. O que está errado aqui?

É porque a arte que mais vale é aquela que é justamente mais diferente. Aquela que quebra a maior quantidade de dogmas e paradigmas de uma vez só. E eu gostaria muito que esse parágrafo fosse verdade, só que não é. Pense por um instante na Gioconda. A pintura de Da Vinci, era muito similar as outras pinturas da época, por que diabos a Monalisa vale milhões e é guardada por 400 mecânismos de segurança no Louvre?

A resposta? Marketing.

Sabe aquela brincadeira de quando você compra um tênis de 200 reais da Nike? Você sabe que não está só pagando o tênis e que pelo menos 100 reais é só pelo fato de ter uma vírgula desenhada no tênis, não sabe? É uma coisa chamada Branding. Leonardo da Vinci já era uma marca de pintura legal. Tipo um Nike daquela época. Só que ele fez muito melhor do que a Nike, porque ninguém nem pode comprar o quadro, Basicamente qualquer coisa que tiver o nome Leonardo da Vinci em cima vai valer muito mais do que seu preço normal. Um lápis que pertenceu a Leonardo da Vinci vai custar 2000 reais ao invés de 20 centavos.

Só que os artistas morrem. E o acontece é que morto ele não produz mais nada, e as pessoas que consomem arte precisam continuar consumindo coisas novas, como elas são frescas, qualquer coisa que tenha o mesmo estilo mas não tenha o mesmo nome vai ser rejeitado.

E aí que entra quem muda o estilo da coisa.

Isso acontece na pintura, na prosa, na poesia, na música na arquitetura, e em qualquer outro trabalho que exija mais esforço de criatividade para passar alguma idéia de beleza ou de qualquer outro tipo. Assim surgem novos artistas com suas novas facetas, e é por isso que a arte de hoje em dia está cada vez mais bárbara. Os quadros barbaristas de Picasso são muito mais conhecidos do que qualquer quadro que ele tenha pintado no estilo acadêmico.

E a arte moderna tem caminhado cada vez mais nesse sentido, ao ponto das pessoas consideraram que o retrato de um celular e moedas na mesa uma obra de arte. A parte mais forte disso é: "Por que não poderia ser arte?"; Só porque não é uma pintura? Uma fotografia da Aurora Boreal não é arte? Ou que tal aquele ensaio de fotos para o casamento?

A parte difícil é que não é você quem define o que é arte e o que não é. Se você pensar de uma forma mais extrema, tudo o que é feito é uma arte. Você pode pegar o outro extremo onde nada do que é feito é uma arte. Isso vai ser meio questão de escolha, na verdade todo mundo tem o seu próprio conceito de arte, e geralmente ele muda de acordo com a geração e com o contato que aquelas pessoas tiveram. As pessoas de ontem não consideram como arte as mesmas coisas que as pessoas de hoje consideram.

Uma galera que é muito importante nessa cena de mudança de paradigmas é a galera hipster, mas isso já é assunto para outro artigo.


Imagens:
http://arte-epufabc.blogspot.com.br/2015/07/o-grito-de-edvard-munch.html
http://monicascarpat.arteblog.com.br/46629/Dicas-de-pintura-a-oleo/

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