sábado, 25 de abril de 2015

Gyff & Tsumomo #15

A luz da lua e dos fios de prata iluminavam Tsumomo que tentava esconder os rasgos no kimono. Someisa sentou-se ao lado da dançarina nos pequenos degraus que circulavam a estátua de Beep. Manteve-se calada por algum tempo, olhando para frente, contemplando qualquer coisa porque não havia nada além das paredes da academia para se olhar naquela direção.

- Noite agitada? - Perguntou Someisa
- Ah sim. Muito. - Tsumomo riu. - Ninguém esperava isso tudo.
- Só falta agora pegar o Black Cat.
- Black Cat?
- Sim. O Ladino que pegou uma maldita página do meu livro.
- Uma página?
- Sim, uma.
- E você ainda está remoendo isso?
- Ah Tsumomo... - Someisa soltou um longo suspiro. - ...Você realmente tem um jeito de ver as coisas!

Ambas riram por alguns segundos. A movimentação naquela hora ainda era muito baixa, pelo menos ali pela academia. Tinde estava brincando com alguma coisa na recepção devido a falta de movimento, e pode ouvir as risadas das duas damas ecoarem do pátio através da academia.

- E o que você vai fazer agora? - Perguntou Tsumomo
- Provavelmente reescrever a página que falta.
- E quanto ao Black Cat?
- Bom, pegarei ele quando tiver oportunidade.
- E o que tem de tão importante nos seus livros?
- Tsumomo, nós magos temos muitos segredos escritos.
- Isso não faz sentido.
- Realmente não faz, mas escrever é necessário aos estudiosos.
- Acho que eu nunca vou compreender o mundo de vocês.
- Assim como nunca compreenderemos o seu. - E riram novamente. - Ah. É bom conversar com você.
- É sempre um prazer conversar com você também, Someisa, mas acho que tenho de ir.
- E quando você volta?
- Você sabe como me encontrar! Não seja tola!
- E você sabe mais ainda como me encontrar!
- Haha. Acho então que só o destino dirá. - Elas riram.

Levantaram-se. Deram beijos em suas bochechas, e foram cada uma para um lado. A gueixa para fora da academia e a diretora de volta para sua sala, cuja porta abriu lentamente, revelando um breu incomum, uma vez que os fios prateados iluminavam o local magicamente. Ela sacou a varinha para a sala pronta para agir, porém um clarão de luz subitamente tomou lugar e ela conseguiu enxergar muito pouco pois foi capaz de rapidamente reduzir a claridade. Um vulto, passou por ela e rapidamente a jogou para dentro da sala.

- Volte aqui! - Ela gritou enquanto se levantava o mais rápido que podia.

A agilidade que Gyff desenvolveu durante os anos o ajudaram a rapidamente derrubar quem quer que tivesse aberto a porta. Ele correu sem olhar para trás e pulou da primeira janela que encontrou. Cravou a adaga na parede e deslizou bruscamente até o chão. Someisa olhou pela janela e viu o homem correndo em direção a outra parte da cidade. Devido a distância e as consequências, ela preferiu guardar as energias para uma ocasião melhor proveitosa.

O homem de jaqueta negra, voltou a andar quando chegou novamente no distrito de Hoot, onde as pessoas circulavam para lá e para cá. Ele voltou ao bar Famiglia onde foi prontamente recebido por Cowboy.

- Ae, Gyff! Parabéns!
- Hã? O que? - Gyff foi até um dos bancos perto do balcão e sentou-se.
- Deixaram isso aqui de presente para você. - Cowboy entregou a Gyff um frasco e 200 moedas Shac.
- Hã? Mas...
- Olha cara... - Disse Cowboy, interrompendo Gyff e colocando um copo com sua bebida especial. - Um cara com uma indumentária bem engraçada esteve aqui e deixou isso pra você.
- Ah, sim, ele me pediu um trabalho, mas eu nao cheguei a completar.
- Ta reclamando de pagamento, meu amigo? Deixa comigo então.
- Não faz sentido, porque eu não completei o trabalho.
- Ele disse que você completou e que o pagamento está feito. É pegar ou largar.
- Paga uma rodada pra galera aí. - Gyff separou 100 moedas Shac e passou para o dono do estabelecimento, e levantou-se.
- Você não vai beber?
- Hoje não cara. Minha cabeça já está rodando.

Gyff voltou para seu estabelecimento próprio. Uma casa em uma esquina na ponta do distrito de Hoot. Ele trancou a porta, fez suas necessidades onde tinha que fazer, deitou no chão do aposento bagunçado e dormiu. O máximo que conseguiu fazer antes de dormir foi colocar a garrafa recém adquirida sobre a mesa desarrumada no canto do local.

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