sexta-feira, 20 de março de 2015

Relações Animais

Sérgio estava na lagoa, fazendo sua refeição habitual observando as vitórias régias que flutuavam de um lado para o outro no lago. Poncho, que estava passando por ali de bobeira, parou pra bater um papo cabeça. Ele tinha uma indiscutível cara de pateta, mas o rapaz comendo não estava ligando muito pra isso. Até porque, ele não prestou atenção me metade daquilo que Poncho falou.

- Serjão.
- Fala.
- Tu lembra daquela parada que a gente conversou a 10 minutos atrás?
- Que parada?
- Aquela...
- Po, sei lá... Tem tanta coisa.
- Po, mas era uma parada maneirona, não era um negócio sobre nadar de costas ou de barriga pra cima?
- Ah, acho que era.
- Você prefere nadar como, cara?
- Sei lá. To vendo a Mônica ali.
- Que que tem a mônica.
- Se ela continuar me dando mole eu vou comê-la.
- Isso aí é contigo, eu vou ali beber uma água, depois eu volto pra gente bater mais um papo.
- Valeu.
- Valeu.

E Poncho se foi.

Sérgio continuou ali, saboreando sua refeição e olhando para Mônica, que viu Sérgio ali para olhando-a com más intenções e foi embora.

Enquanto isso, Josismar conversava com Jorge em outro ponto onde incidia fortemente a luz do sol. Deviam ser dois malucos que gostam de sentir a pele queimar. Sol de 40 graus e tá eles dois lá papeando como se nada estivesse acontecendo. Nem tomando água eles estão.

- Po Josismar, tu ta escovando esse dente?
- Tô.
- Teu bafo ta horrendo.
- O teu também, otário.
- Ta nada cara. - Jorge abriu a boca.
- O meu também, ó. - Josismar abriu a boca.
- Beleza então.

Mas aí a Cláudia chegou e todo mundo foi embora. Afinal, nem sapos, peixes, ou jacarés gostam de cobras.

Cláudia estava sozinha.

Mas é obvio que o Cintra tava lá só esperando a oportunidade pra dar o bote na Cláudia. Só o Cintra pra encarar uma cobra mesmo.

O cara era bom de jogo, deu uma dançada com a Cláudia, mesmo sem música, que a mulher ficou no chão. Estava cansada, tão cansada que não aguentaria voltar pra casa nem rastejando. Cintra como cavalheiro que era, abraçou Cláudia e a carregou pra casa.

Pra sua casa, onde se lia: "Casa do Cintra"

E assim foi mais um dia no Lago Wischorst.

Nenhum comentário:

Postar um comentário