domingo, 3 de março de 2024

O Cruel Destino de Gaza

Isso não é um texto sobre polêmica. Este texto também não é de exaltação a Palestina e a faixa de Gaza, nem mesmo de defesa ao Hamas e aos grupos guerrilheiros do Oriente Médio. Talvez seja um texto derrotista, mas pode ser que seja um olhar para o futuro.

Acabou. Netanyahu fez aquilo que queria sem a oposição das nações. O objetivo era destruir Gaza e assim o fizeram. Bombardearam e terraplanaram o lugar de norte a sul. Não haverá mais palestines naquele lugar, o objetivo do genocídio foi atingido. Eu vejo páginas e mais páginas, pessoas e mais pessoas tentando demonstrar um apoio individual, que não deixa de ser importante, mas é vazio, não vai muito além do nosso braço, que é muito curto num contexto intercontinental. Não importa o quanto a gente fale, grite ou esperneie, Netanyahu vai continuar o massacre até que não sobre mais qualquer pessoa mesmo que se renda e passe a escravidão.

Mas isso não deve nos impedir de pensar sobre guerras, políticas e tudo mais que nos ronda e que de alguma maneira nos afeta. A destruição de Gaza nos afeta, a guerra da Ucrânia nos afeta, o armistício na Coréia nos afeta, e as constantes guerras na África também nos afetam. As silenciosas guerras das nações africanas. A libertação de Burkina Faso, o massacre do Congo, e tudo mais que acontece na África é simplesmente silenciado por qualquer mídia, seja porque quem domina esses lugares não deixa a mídia chegar, ou seja porque as mídias principais querem que continue assim. Não se fala sobre a guerra no Iemen. Não se fala dos conflitos constantes no Líbano. Se fala muito mais daquilo que afetam as nações que mais tem dinheiro. Milei? Milei ganhou as eleições na Argentina, e por mais que a gente tenha alguma notícia, ela não é pauta de discussão. Venezuela e Guianas? Não era pra estar tendo um conflito por lá? Isso nos remete a uma discussão sobre a mídia o que não é o ponto desse texto.

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Flambarda - A Detetive Elemental #72

- Eu!? Eu não quero envolver vocês nisso! Me deixa! - Disse Flambarda levando um tapa de Fabiana na mesma hora.
- Você tá maluca!? - Fabiana começou. - Comeu merda!? Toda vez que você tá sem a gente acontece algum caralho e a gente fica morrendo de preocupação nessa porra! Você sabe que a gente se importa! Não é como se a gente ficasse fingindo nessa merda esperando atenção tua! Quando é que você vai entender que a gente tá junto, hein, piranha!? A gente não tem uma luva foda que bota fogo na porra toda? FO-DA-SE! Enfia essa luva no cu! O que não deve ser tão difícil já que tá na mão direita!

Todas elas ficaram caladas por um tempo. Na verdade não era a primeira vez que Bibi tivera um acesso do tipo, mas geralmente quando ela explode, é intenso e realmente tem um efeito parecido e geralmente funciona, faz com que as amigas a escutem e Flambarda talvez precisasse escutar alguém além de si mesma. Só que dessa vez ela não tava muito disposta a ficar pra baixo.

- Tá bom, Fabiana. E o que você sugere? Que eu ligue pra puta da Sandra? Pra falar o que? Que eu sou uma piranha mal educada que larga as outras pessoas falando sozinha!?
- Começa falando pra gente o que caralhos você viu que fez você virar uma puta catatônica! A gente não tem bola de cristal! No máximo a Sofia joga tarô e eu tenho quase certeza que ela não tem as cartas aqui.
- Na verdade... - Sofia contestou, mas Fabiana cortou.
- Não! Nada de cartinha! Essa Flamvaca vai falar agora que merda que a gente viu porque eu to cansada de ver a minha amiga se enfiando na porra de um buraco. E parece que pulou de Bungee Jump sem corda! Puta que pariu!
- Cê quer saber mesmo né? - Flambarda desafiou.
- Não! - Bibi respondeu com Ironia. - Eu quero chupar uma buceta pra ver alguém delirar de prazer na minha língua... Puta que pariu, Flambarda! É claro que eu quero saber, porra!
- Tá. - Flambarda tentava alinhar os pensamentos. - Então me dá um caralho de um café e alguma coisa pra eu comer porque a gente vai pirar na batatinha aqui.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Flambarda - A Detetive Elemental #71

- 2a2. - Flambarda respondeu na lata.
- Aquela lá na zona sul?
- Essa mesma. - Disse Sofia.
- Não gosto muito. Acho que tem melhores.
- Como é que você vai em casa de swing sem casal? - Flambarda perguntou.
- Bem... É complicado... - "Ahá! uma vulnerabilidade!"
- Tá bom, piranha. Eu vou descobrir em algum momento.
- Sou eu. - Sofia entrou na conversa de novo.
- Que!? - Flambarda e Fabiana disseram em uníssono.
- Eu que vou com ela nas casas de swing.
- Sofia! - Sandra parecia nervosa.
- Assim, vamo combinar, né, Flambarda. Vindo da Sofia, ela só precisava ter alguém pra ir. - Disse Bibi.
- E arrumou uma gostosa igual a Sandra. Acho que ela tá bem na fita - Completou a detetive.
- Saiba que se vocês me julgarem eu não to nem aí. - Sofia retrucou.
- Porra nenhuma! Acho que você tá certíssima!
- Isso aí! - Fabiana continuou. - A gente luta por essa liberdade! Se joga!

Um silêncio se instalou na sala por um momento. Todas sabiam porque estavam ali e quem estava em evidência. Os olhares se viraram para a druida. O livro de Wu Xing aberto sobre a mesa, pouco despertava o interesse das jovens agora, que talvez tivessem muito mais perguntas do que respostas, perguntas que certamente não seriam respondidas pelo livro, e talvez nem respondidas sejam, pelo menos não nesse momento. Flambarda decidiu fechar o livro com um pouco mais de força que o necessário para quebrar o clima e acabou assustando levemente Fabiana e Sofia, que olharam para a jovem com um olhar de espanto conforme ela voltou a falar.

- Então. Vamos pensar um pouco. Você já foi na 2a2; vai nas casas de Swing com a Sofia; Você é uma figura que se destaca na multidão, e em lugares desse tipo, deve ser carta marcada. Considerando que essas coisas acontecem de noite, você deve ter visto um malamorfo ou outro nesse seu passeio, mas se você sai com a Sofia, e ela nunca viu um, então, ou você é boa em rastrear elementos, ou a Sofia mentiu pra mim todo esse tempo. - Flambarda olha pra Sofia ao mesmo tempo em que pensa. - "Nossa, de onde eu tirei todo esse poder de dedução?"
- Não olha pra mim não! - Sofia se defendeu.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Poder e Posse - Para onde estamos indo? (18+)

Eu tenho enrolado um tempo pra escrever isso, mas a verdade é que eu to cansado de guardar isso pra mim. A verdade é que a gente ainda tem que andar muito pra que a nossa educação seja de fato libertadora - eu não me excluo disso - e a gente tem que andar juntos. A forma com a qual a nossa sociedade está estruturada, pra mim, é horrível. Como isso é apenas um texto de um doidinho da internet, então muito provavelmente não reflete a realidade geral, e, naturalmente, reflete apenas a minha perspectiva sobre como as coisas estão postas, e essa perspectiva me diz que estamos destruindo as futuras gerações e que precisamos mudar a forma com a qual a sociedade está organizada.

Vamos começar a destruição das futuras gerações? Porque é exatamente aqui é onde começam as questões de poder e posse. Na educação de crianças - e eu não quero usar muito o termo crianças, porque são apenas seres humaninhes que estão tentando aprender como o mundo funciona. - que desde cedo estão incluídas em relações de poder para com as pessoas mais velhas e/ou mais fortes que elas. Como diria o Tio Ben: "Com grandes poderes vem grandes responsabilidades", e de fato educar ume ser humaninhe é muito difícil, pelo menos se você tenta tirar a estrutura de poder, e aí começa o problema.

O meu primeiro problema é dizer que é possível educar com poder, e talvez seja possível ensinar uma coisa ou outra, mas isso também ensina outra coisa. Ensina que quem tem poder manda, e que a forma de se vencer na vida é tendo poder sobre os outros. Eu não posso dizer que é o desejo de toda a criança, mas eu posso dizer que foi o de uma e é o de uma segunda, ser adulta pra poder se libertar das estruturas de poder que tentam dizer o que ela tem que fazer, como, quando, e onde. Sem porquês. Não é necessário explicar motivos. Não é necessário explicar coisas que talvez sejam complexas como sociabilidade, e sim que não envergonhem sues responsáveis (pq as vezes não dá pra identificar como mãe, pai ou outra coisa). A verdade é que, para e educadore, (ab)usar da estutura de poder é fácil e traz ordem ao caos com facilidade, dando o controle na mão de quem está no alto da estrutura. Educar sem poder é trabalhoso, toma tempo, requer explicações de novo e de novo e de novo, e as vezes junto com experiências pessoas que talvez não gostaríamos que e outre ser humaninhe passasse, mas que vão acontecer. Se é trabalhoso e toma tempo, então a gente tem outro problema. Nossa sociedade não tem mais tempo.

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Flambarda - A Detetive Elemental #70

- Direta ao ponto. Um pouco ameaçadora, mas disposta a matar no peito qualquer bola que eu mandar. - Disse Flambarda em voz baixa.
- Você sempre usa jargão de esporte?
- Eu acho que você entendeu um pouco errado, mas tudo bem. - A detetive repetiu o gesto de sua companheira olhando no rosto dela. - Bom, eu sei que você tá no meio desse mundo, como a Ana Luiza parece te conhecer, eu suponho que você seja uma druida. Dessa forma, eu imagino que você condicione o seu corpo pra evitar morrer nessa vida maluca que a gente vive. Eu tenho quase certeza que eu já te vi manipular energia antes eu só não sei até onde você consegue sentir as coisas, mas também sei que você sabe alguma coisa sobre essas benditas luvas porque uma vez você meio que me acobertou. Então...
- Nossa... - Sandra deu uma beiçada se mostrando impressionada. - parece que você fez uma pesquisa e tanto.
- Nem tanto. Eu deveria ter fontes melhores, mas eu sou uma merda de detetive que ao invés de ficar pesquisando a vida da pessoa por fora e coletando toda informação pública que você deixou pra trás, eu venho aqui na sua cara te perguntar os caralhos tudo sem qualquer evidência pra contestar qualquer porra. - E então a detetive girou a cabeça e passou a olhar em outra direção.
- É... - A druida arregalou os olhos, concordando com o que a detetive dissera
- Dito tudo isso, por que você me acobertou?
- Ah! Isso? Bom, você tem um luvetal na sua mão mas você não merece ser caçada por aí.
- A maioria das pessoas não liga pra luva, acho que ninguem anda por aí olhando a sua mão pra saber se você tem uma luva legal ou não.
- Não sei você, mas eu olho peito, bunda, pau, cabelo e rosto. No máximo olho pra mão pra saber o que a pessoa ta carregando.
- É mais ou menos o que eu olho também. - Mas nesse momento Flambarda estava notando que as energias que mais corriam por ela agora eram de fogo.

A porta se abriu e Fabiana chegou primeiro, como esperado porque a Sofia tem que vir lá de Botafogo. Ela trajava seu tipo de roupa clássica, shorts bem curtos, camisa cropped, tênis. Ao descer os olhos sobre Sandra ela naturalmente ficou admirada também, mas primeiro acenou para sua amiga, que acenou de volta, e então se sentou de frente pras outras duas colocando a bolsa rosa e espalhafatosa sobre a mesa.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Flambarda - A Detetive Elemental #69

Era de manhã, Flambarda abriu os olhos, relativamente descansados. Parecia até que seu corpo sabia que era sábado e que era dia de farrear ou qualquer coisa do tipo, apesar de conseguir se lembrar bastante bem que tinha combinado de treinar com Sandra de novo hoje. Provavelmente seria mais que um treino, vai saber o que Sandra realmente quer fazer, mas no momento ela é uma pessoa sobre o qual Flambarda tem muito pouca informação dados os eventos nos quais elas se encontraram.

Nesse momento ela parava para contemplar o que talvez fosse seu dever. Talvez para o resto da vida, mas pelo menos era muito mais legal do que repetir a rotina todo o dia. Mal sabia ela que isso só deixava os capítulos mais longos porque o tempo demora a passar quando você tem que descrever tantos eventos com mais riqueza de detalhes porque quando se trata de investigação, tudo o que eu escrevo conta, e tudo o que eu não escrevo conta também. Independente disso, ela piscou os olhos porque queria se certificar de que ainda conseguia enxergar os fluxos elementais, e voilá! A visão do fluxo elemental estava boa. A jovem tinha bastante madeira fluindo em si, e antes de continuar, precisava saber se ainda conseguia fazer aquelas coisas legais com Alabáreda.

Flambarda ergueu um pouco a mão na altura do queixo e, focando, fez a energia fluir até ela e pressionou com força fazendo incendiar até deixar o foco. - "Legal. ainda sei fazer isso" - Ela pensou consigo mesma. Agora se imaginou empunhando uma alabarda por um momento, se concentrou na invocação da arma e, em chamas, o item se materializou em suas mãos. Ela lentamente apoiou a arma no chão e num movimento súbito, abrindo a mão, a arma se desapareceu em um rastro de chamas.

"Acho que agora tô pronta" - pensou

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Flambarda - A Detetive Elemental #68

Correr na esteira é uma atividade relativamente terapêutica, especialmente se você está escutando alguma música, que era o caso de Flambarda. Com uma playlist particularmente eclética, mas composto basicamente do que bombou e do que bomba no momento. Apesar de Sofia ter umas influências músicas bem mais distinstas, provavelmente por ser e conhecer uma galera mais alternativa, isso geralmente não passava muito para a detetive, apesar de sua amiga gostar de dizer que era apenas uma questão de tempo, se fosse o caso, as duas se perguntavam quanto tempo então.

Só que havia muito mais coisas com as quais a detetive precisava lidar, e no momento estava tentando criar uma espécie de conexão com esse mulherão que a recebeu relativamente bem, apesar de se perguntar se não era apenas por causa da bendita da luva, mas era particularmente útil porque ela recebia uma atenção toda especial que o Paulo não podia dar, ou talvez não quisesse dar por qualquer razão que fosse, e como personal é uma coisa cara, ela certamente não estava reclamando, e os exercícios realmente pareciam estar surtindo mais efeito, e naturalmente, a consequência é que o corpo dela parecia mais cansado, além de doer mais.

- Mas, vem cá, Sandra - Flambarda indagou - era pro corpo ficar doído assim mesmo?
- Bom, você agora tá fazendo de um jeito que faz um pouco mais de força, e digamos que você ainda é sedentária, né?
- Nisso você tá certa. - A detetive bebeu um gole de água antes de continuar a falar - mas até que essa regularidade tá me fazendo bem. As cólicas nem parecem tão violentas.
- E por que você acha que eu faço exercício? - Sandra começou a fazer um Supino reto e sua companheira foi conversar no descanso do próximo treino.
- Teu cu que é só por causa da cólica. - Flambarda respondeu. - Esse corpo aí de fazer inveja, toda trabalhada, só acho que não deve fazer muito sucesso com muito homem porque a maioria deve ter até medo de chegar perto de você.
- Ainda bem... - Ela ia falando em meio as repetições. - Que eu não preciso... De homem... Pra me satisfazer.

Flambarda olhou pra Sandra com os olhos um pouco arregalados, talvez com medo de que estivesse recebendo uma cantada ao vivasso mas ela tentou contornar.